segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Valeu, Carlinhos Brown!

O Cacique parou na arquibancada para reger a bateria do Afródromo

Daniela Mercury atingida sem querer pelo bailarino durante um passo de dança mais aberto; uma atriz querendo "mandar" no espaço reservado de um camarote; eu sendo convidada a sair (estava trabalhando) da corda do bloco Coruja por uma produtora...Carnaval de Salvador tem dessas coisas. A confusão nos espaços de cada um, a confusão entre espaço público e privado. Estou a favor da orientação do capitão Marcelo Pitta, do setor de imprensa da Polícia Militar da Bahia, dadas em um dos textos que escrevi para a folia: é uma festa ampla, com multidões e inevitavelmente vão acontecer esbarrões e pisões no pé. É nessa hora, recomendou o militar, que o cidadão deve exercitar a tolerância.

Apesar disso, os momentos melhores são infinitamente melhores. O espetáculo do carnaval de Salvador é incomparável. Para o público que é fã de carteirinha de quem quer que seja, seja do artista, de um ritmo, de uma música, de alguém que acabou de conhecer e gostou, do político ('tá, do político, não), é o lugar certo para estar.

No meu caso, não abro mão, se posso, de ver passar pessoas criativas e fantasiadas, bandas de sopro e percussão, uma boa bateria de bloco afro, Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Durval Lélis, Claudia Leitte, Tatau, Márcio Vítor, Armandinho e o trio de Dodô e Osmar e Carlinhos Brown, entre outros.Quando eles estão em seus espaços, que é o Carnaval de Salvador, são perfeitos: animam, brincam, fazem a plateia sorrir e cantar. O carnaval de Salvador é o terreno da axé music e do pagode, da bateria e do folião pipoca. Fora da festa, é outra história...

Em meus momentos de ser barrada ou agregada, destaco o da entrevista de Carlinhos Brown, no asfalto do Campo Grande, pouco antes dele começar o desfile com o Coletivo Afródromo, na Passarela Oficial do Circuito Osmar. Na disputa de espaço para ouvir, ia sendo afastada pelo segurança, quando Brown, ainda falando com os colegas, pôs a mão no meu ombro e assim ficou durante toda a entrevista. O segurança amenizou e viu que estava ali trabalhando e não atrapalhando. Fiz o trabalho e segui o meu caminho, para não atrapalhar o trabalho dos outros na hora do espetáculo. Assim é a festa. Muito grata, Brown!

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