segunda-feira, 11 de junho de 2012

Obras restauradas na Chapada estão prontas para visitação

A Chapada Diamantina recebeu de volta, restaurados, três monumentos históricos que vão valorizar mais ainda o turismo histórico na região, localizada a cerca de 450 km de Salvador, na Bahia. A igreja de Santo Antônio, no município de Mucugê, e a igreja e o cemitério de São Sebastião, em Igatu, distrito de Andaraí, que passaram por obras de revitalização foram concluídas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os monumentos restaurados de Igatu estão concentrados na área tombada em 20 de junho de 2000, sendo inscrita em três livros: Tombo de Belas Artes, no Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e ainda no Tombo Histórico. Já o monumento de Mucugê, a igreja de Santo Antônio, integra o conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade, também tombado. Segundo o superintendente do Iphan na Bahia, Carlos Amorin, "as obras cumprem o objetivo de preservação do patrimônio histórico, tendo a riqueza cultural e ambiental como foco para as ações estruturantes a serem desenvolvidas nos municípios".


Igatu possui um casario histórico de pedra, do século XIX, resquício da época do Ciclo do Diamante na região da Chapada Diamantina. Por esta sua característica, o distrito é conhecido pelo apelido de "Machu Picchu baiana", numa referência à histórica cidade peruana de pedra. O nome "Igatu" é de origem tupi e significa "água boa", através da junção dos termos 'y ("água") e katu ("bom").

Mucugê é uma das cidades mais antigas da região da Chapada Diamantina. Fundada no fim do século XVIII o local tem como característica marcante os antigos casarões coloniais de estilo português. Já Rio de Contas é considerada um dos três mais importantes conjuntos arquitetônicos coloniais da Bahia. Tombada pela Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a cidade pertencente também à Chapada, é uma das mais históricas da Bahia, com 287 prédios tombados pelo Iphan.


De acordo com o superintendente estadual do Iphan, Carlos Amorin , as obras tem revelado surpresas que valorizam ainda mais o extraordinário patrimônio da Chapada Diamantina. Nos trabalhos (em andamento) de restauração da igreja  matriz do Santíssimo Sacramento, no município de Rio de Contas, por exemplo, foi descoberto um inusitado nicho barroco, em chinoiserie, com forte influência oriental, de Goa ou Macau, cujas pesquisas deverão ser aprofundadas.

Amorim destacou os restauros que estão sendo feitos na matriz.  "A igreja é fabulosa. Pertenceu à devoção particular de D. Maria I, rainha de Portugal e mãe de D. João VI. Seu azul real estava submerso em verdes fortes que a prospecção artística desvelou", afirmou. De acordo com o superintendente, o nicho barroco descoberto durante os serviços estava coberto de gesso e massa e "a remoção dessa matéria exótica fez surgir um delicado trabalho de talhe e pintura, de extremo bom gosto e muita sofisticação. Até cerejeiras estão estampadas e cenas orientais também. O partido de restauração adotado deve trazer de volta os tons de ouro sobre azul real, que são as cores de devoção do Santíssimo".


De acordo com o Iphan, as obras tiveram recursos do PAC das Cidades Históricas, que totalizaram aproximadamente R$250 mil. Já os serviços realizados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, em Rio de Contas teve orçamento de R$1 milhão. (Fonte: Ascom - Iphan-BA)

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