quarta-feira, 27 de junho de 2012

Câmara quer instituir o dia de Catarina Paraguaçu


No ano da celebração dos 500 anos do nascimento, a índia tupinambá Catharina Paraguaçu vai receber uma nova homenagem da capital baiana, através do projeto de lei que institui 26 de janeiro, data da sua morte, como Dia Municipal de Catharina Paraguassu. A homenagem foi proposta pela Câmara Municipal da capital baiana.


O presidente da Casa, vereador Pedro Godinho explica que o objetivo é valorizar a importância histórica de Catharina Paraguaçu, que morreu em 26 de janeiro de 1589, aos 77 anos, e está  sepultada na capela que mandou erguer onde hoje fica a Igreja de Nossa Senhora da Graça. As comemorações pelos 500 anos foram abertas no dia 31 de março, no Mosteirinho da Graça.


Na ocasião, o arquiabade do Mosteiro de São Bento, dom Emanuel d’Able do Amaral, ressaltou que Catharina foi a primeira liderança feminina no Brasil e pioneira no desenvolvimento de ações sociais, cujo legado maior foi a doação da Igreja da Graça e terras anexas, que formaram um valioso patrimônio do Mosteiro de São Bento, com reflexos até os dias atuais.



Na justificativa do projeto de lei, o vereador relembra a história da índia, que nasceu em 1512, na Ilha de Itaparica, e foi dada, em 1526, pelo seu pai, cacique tupinambá Taparica, em casamento a Diogo Álvares Corrêa, o Caramuru. No ano seguinte, levados pelo navegador francês Jacques Cartier, Caramuru e Paraguaçu embarcaram para Saint-Malo, na França, onde ela foi educada, evangelizada e batizada recebendo o nome de Catherine du Brezil, se constituindo na primeira representante do povo brasileiro a obter a certificação cristã. Ainda na França, casou-se com Diogo Álvares Corrêa no ritual católico, formando o primeiro casal cristão do Brasil, conta Godinho.


De volta à Bahia, Catharina Paraguassu teve repetidos sonhos em que aparecia uma mulher branca com uma criança no colo, solicitando ajuda, dizendo que se encontrava numa embarcação que naufragara perto. Depois de várias buscas, a pedido de Catharina, Caramuru encontrou, na Ilha de Boipeba, uma imagem da Virgem Maria, retirada da nau espanhola Madre de Dios, que ali naufragara. Catharina reconheceu imediatamente na imagem a mulher que lhe aparecera nos sonhos. Em 1535, Caramuru construiu um pequeno oratório de taipa para acolher a imagem, o que se constituiu no primeiro templo católico erguido no Brasil. (Fonte: CMS)

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