quarta-feira, 14 de março de 2012

No dia da poesia uma visita à Praça Castro Alves


Hoje foi o Dia da Poesia, dia de homenagear e comemorar os 165 anos de nascimento do poeta Antonio Frederico de Castro Alves. Ele nasceu no dia 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, na cidade que hoje leva o seu nome, no interior da Bahia. Morreu muito jovem, aos 24 anos, em Salvador, no dia 6 de julho de 1871, mas deixou uma obra belíssima.

Considerado um dos mais brilhantes poetas românticos brasileiros, é chamado de "cantor dos escravos" pelo seu entusiasmo diante das grandes causas da liberdade e da justiça - a Independência na Bahia, a insurreição dos negros de Palmares, o papel da imprensa, e acima de tudo isso a luta contra a escravidão.

Leia mais sobre Castro Alves.

Para comemorar, nada melhor do que um passeio em fotos pela praça que leva o nome do poeta, no coração da capital baiana. Situada entre a Avenida Sete de Setembro e a Rua Chile, no centro de Salvador, a Praça Castro Alves, que já foi conhecida como Largo do Teatro, fica no topo de uma colina que permite uma bela vista da Baía de Todos os Santos e da Ilha de Itaparica. Neste local ficava o teatro onde o príncipe regente de Portugal, D. João, foi recebido e homenageado por representantes da cidade no 23 de janeiro de 1808, um dia depois da Corte Portuguesa chegar ao Brasil (fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte), de onde partiria, em seguida, para instalar-se no Rio de Janeiro, que foi elevada à condição de capital.

O teatro que ali existira, o São João, destruído por um incêndio em 1923, esteve intimamente ligado à história do poeta. No local, Castro Alves conheceu a sua amada, a atriz portuguesa Eugênia Câmara.


No centenário de morte, em 1971, a praça passou a abrigar os restos mortais de Castro Alves, aos pés da estátua que ainda hoje enfeita o local. Obra escultor italiano Pasquale de Chirico, a estátua foi fundida em bronze na oficina de Angelo Aureli, em São Paulo e chegou à Bahia em dezembro de 1922. No dia 20 de junho de 1923 foi colocada em seu pedestal, no topo da colina, e inaugurada a 6 de julho de 1923.

Os seis degraus do pedestal tornaram-se famosos durante o carnavais dos anos nos 70 do século 20. Aos pés de Castro Alves, artistas, intelectuais, universitários e carnavalescos em geral reuniam-se para assistir ao encontro de trios elétricos, auge da folia soteropolitana, na terça-feira gorda. Nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Moraes Moreira, Os Novos Baianos, Armandinho e o Trio Elétrico de Dodô e Osmar, os próprios criadores do trio elétrico (Osmar Macedo e Antonio Adolfo do Nascimento, que ganharam busto na praça) passaram por ali.

Busto em homenagem aos criadores do trio elétrico

"O compositor e cantor Caetano Veloso, parafraseando o poeta homenageado, que recitara no seu poema O Povo ao Poder - "A praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor" - imortalizou o logradouro na sua canção “Um Frevo Novo”, com os versos: "A Praça Castro Alves é do povo / Como o céu é do avião"

Entre agosto e setembro de 2010, a estátua de Castro Alves passou por restauração. A obra, onde foram investidos R$ 36 mil, de acordo com a Fundação Gregório de Mattos, recuperou o granito e o bronze que revestem o monumento e a mão da figura de um escravo. Também foi recomposto o paisagismo da praça.

Antigo teatro e cine Glauber Rocha, hoje é um espaço cultural onde acontecem exibições de filmes, exposições entre outras atividades artísticas. Ao fundo, o Palácio dos Esportes

O prédio que foi sede de um dos jornais da cidade, conhecido como Edifício A Tarde, está em fase de restauração e será transformado em hotel de luxo

Outra atração da Praça Castro Alves é a obra de arte do artista plástico Hector Julio Páride Bernabó Carybé (1911-1997), na fachada do Edifício Bráulio Xavier. O mural de concreto, datado de 1964, representa a chegada dos portugueses

Fonte: wikipedia e Fundação Gregório de Mattos.

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